Nós compartilhamos palavras...Às vezes o mundo fica muito pequeno, daí as palavras se soltam e criam mundos para si próprias. Elas só querem ser ouvidas, só querem ser compartilhadas, elas só querem ser vividas.

-palavrantes-

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Frustração.

Quando a tristeza bate e a melancolia vem, a vontade de escrevê-las é imensa. Triste é o poeta que depende delas para agir. As palavras parecem tão soltas e tão escassas de significado que nada me basta, nada convem na hora de ser. Parece que a tentativa de fazer alegria em pequenos complexos de letras é sempre o fiasco de nós. Se soubesse lidar com isso não as faria compartilhar o sofrimento junto. 

Mas esse mundo de pensar o bastante e não conseguir tornar concreto me desafia e me persegue a cada dia. O mundo me desafia. As pessoas me desafiam. Todos estão esperando alguma coisa em algum tempo. O sonho continua... Correndo, andando, fugindo, encontrando, todos ainda olham atentamente com olhos fitados no algo que você dará. 

Fábulas, histórias, estórias, contos, falas, gritos, ainda são a falta de algo, às vezes o nada, que pela palavra tento inundar. Elas vivem tentando construir o mundo que quero falar pro mundo. E quando a tristeza e a melancolia vem busco nelas a tentativa de desconstruí-las. 

É trabalho árduo. Trabalho de arquiteto. Trabalho de pedreiro. Repentinamente as coisas simplesmente não são, não vão, não saem. Daí retornam pra onde não saíram, retidas por dentro, são um fluxo angustiante. Que pulam, borbulham por dentro, mas vivem o constrangimento e o fracasso de não terem virado realidade. 

Assim mesmo é a tristeza, que se frustrou em não ser alegria, e se juntou as palavras na tentativa da felicidade recíproca. Elas podiam ter êxito no trabalho. Mas podem ser  também só a ilusão de um dia ser.

.Palavrantes. 

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